A crise econômica de 2016 impactou nos investimentos em treinamento e desenvolvimento humano, mas as organizações continuam a se preocupar em incentivar os colaboradores. O ano de 2017 exigirá maturidade dos empresários para encarar a realidade e encontrar fôlego para superar o negativismo de 2016.
A Revista Melhor publicou, em dezembro de 2016, um estudo da Deloitte sobre as tendências globais de capital humano para 2017, indicando:
1ª) Desenvolvimento da cultura organizacional com alinhamento das pessoas nos objetivos do negócio.
2ª) Engajamento na relação empregador e empregado.
3ª) Design thinking, que consiste no método de abordar problemas, valorizando o contexto, o conhecimento, a empatia e a criatividade.
4ª) Aumento de cursos e treinamentos, voltados à experiência prática.
5ª) Conscientização e prontidão das lideranças.
6ª) Revolução tecnológica do RH por meio de plataformas digitais.
7ª) Flexibilização e adaptação do RH.
Quanto mais cedo a empresa desenvolver maturidade para entender o impacto negativo de 2016 e conciliar os objetivos do seu negócio com as tendência de 2017, mais cedo colherão os frutos desse investimento.
A tendência em investir tempo e dinheiro no engajamento dos colaboradores não é algo novo. Desde 2012 temos visto um constante crescimento pela procura de suporte, cursos e treinamentos voltados à melhoria da relação com as pessoas.
Essa necessidade passa a ser mais urgente para empresas que enviam suas informações trabalhistas e previdenciárias ao governo. Com a chegada do eSocial, em 2018, não serão toleradas falhas nos envios, e, com as mudanças trazidas por essa nova obrigação, a comunicação entre todos os setores da empresa deve estar alinhada ou os riscos se tornarão multas e correções que demandarão mais tempo e mais dinheiro. Investir em comunicação passou a ser um importante elemento de economia para essas empresas.
Você já se perguntou, como algumas pessoas e empresas, em meio a uma crise, se saem tão bem que ficam melhores do que quando entraram?
A resposta está nos hábitos desenvolvidos no ambiente profissional. Quando realizamos algo, inúmeras vezes e de forma significativa, construímos hábitos fundados na vontade e no conhecimento prático. Trata-se de um processo de melhoria constante com consequente aumento da resiliência empresarial.
Ser resiliente significa exercer o poder de recuperação, ou seja, ter a capacidade de se recobrar facilmente, adaptando-se às mudanças da realidade. Diante de uma crise, as empresas que apresentam melhores resultados são aquelas que desenvolveram hábitos de flexibilidade e adaptabilidade.
Mas como fazer isso? Investindo na cultura organizacional com engajamento e conscientização dos colaboradores para desenvolver proatividade e olhar estratégico. O mercado de 2017 tende a uma maior incidência de recolocação profissional, com contratações em ritmo moderado e seletivo. Selecionar o capital humano mais adequado para seu negócio é fundamental para evitar dores de cabeça, aumentando significativamente as chances de integrar o novo colaborador na sua equipe.
Conhecer sua equipe e efetuar novas contratações compõem os lados de uma mesma moeda, o capital humano da empresa. Se você pensa em contratar alguém nas próximas semanas, faça a verificação comportamental necessária para a integração da pessoa na equipe e imersão nos objetivos do negócio.
Diante do mercado conturbado, sem vagas regulamentadas e sem dinheiro para o empreendedorismo, um olhar otimista e estratégico é fundamental para melhorar os resultados neste ano, pois quando o mercado voltar a aquecer, quem estiver melhor preparado sairá na frente.
As tendências de 2017 indicam alguns desafios e para superá-los é necessário cumprir o básico do seu negócio e seus diferenciais. O atual mercado competitivo exige que os negócios tenham algum diferencial, ou seja, que seja feito algo incomum.
Fazer algo diferente, incomum ou extraordinário não é tarefa fácil para aqueles que encontram dificuldades em se adaptar, mas pode ser uma muito prazeiroso e eficiente quando trabalhamos em equipe e recebemos feedback constantemente.
É impossível encontrar respostas permanentes e definitivas. No momento que o diferencial do seu negócio for apresentado para o mercado, a concorrência estará incorporando e aprimorando seu diferencial. É só uma questão de tempo.
Isso significa, que cada vez mais, é exigido que pessoas e empresas aumentem sua capacidade adaptativa. Isso só é possível por meio do desenvolvimento das pessoas. É muito importante a competência técnica, além da capacidade em organizar e executar planos de ação. Além disso, a compreensão da lógica de um mundo múltiplo, plural e conectado é fundamental para saber dialogar com seu público alvo.
Esse diálogo, com clientes e funcionários, faz com que a capacidade da empresa em expor seu ponto de vista, sem desmerecer as demais, seja melhorada exponencialmente. Para aproveitar as informações do diálogo é preciso ter tolerância e sociabilidade para aumentar sua capacidade de ouvir clientes e funcionários.
Ouvir é a capacidade de se concentrar naquilo que está sendo dito ou omitido, para entender o significado daquilo que é dito no contexto dos desejos da pessoa e apoiá-la na auto expressão.
Ouvir não é um ato naturalmente fácil, pois gostamos mais de falar do que escutar. Portanto, seguem 5 dicas para melhorar sua capacidade de ouvir:
1ª) Fique envolvido e focado para observar a linguagem verbal e não verbal;
2ª) Deixe a pessoa acabar as frases até o fim e siga atentamente seu raciocínio;
3ª) Identifique a questão central. Às vezes, é necessário deixar a pessoa vaguear por alguns assuntos para conseguir identificar o cerne da questão;
4ª) Mantenha sempre uma atitude positiva e encorajadora, demonstrando com expressões, referências ou palavras positivas;
5ª) Respeite o silêncio da pessoa, pois ele permite a reflexão, além de ser um importante estímulo à continuação daquilo que está sendo falado.
Saber ouvir é demonstrar à pessoa que você entende o ponto de vista dela, sem a necessidade de demonstrar concordância. Três elementos dificultam muito a capacidade de ouvir, portanto evite…
1º) … desviar sua atenção para assuntos não relacionados à situação;
2º) … pensar que é capaz de antecipar aquilo que a pessoa vai dizer ou que já conhece o desfecho da situação relatada;
3º) … fazer juízo de valor sobre o que se está ouvindo.
A pessoa que está sendo escutada precisa sentir que, aquilo que está sendo transmitido, faz sentido para o outro. Somos bons ouvintes quando conseguimos encorajar o outro a falar. A efetiva comunicação é o elemento que criará e sedimentará a cultura do seu negócio. Treinamentos que estimulem a criatividade, tolerância, sociabilidade e pró-atividade são fundamentais para preparar as pessoas na solução de problemas que exigem capacidade adaptativa.
Jogar limpo tem sido uma maneira altamente eficaz de se trabalhar no desenvolvimento da cultura empresarial, constituindo um processo constante e complexo, guiado pela comunicação da empresa.
Cada caso apresenta suas particularidades. Na MGP, temos percebido que o desenvolvimento da cultura empresarial apresenta maiores dificuldades quando os colaboradores sentem que devem fazer a mudança cultural de uma única vez, quando percebem que a empresa não tem capacidade para garantir o esperado na mudança ou que os colaboradores de nível hierarquico mais baixo não participam do processo.
A definição da cultura de uma empresa depende de um conjunto de crenças e princípios organizacionais que orientam o comportamento das pessoas, tornando-se referência para a comunicação eficiente.
O ano de 2017 vem com novas promessas e novas perguntas. Para aqueles que desejam apresentar o diferencial da sua empresa no mercado, reflitam sobre as seguintes questões:
- Quanto você conhece do seu próprio negócio?
- Como você sabe que está melhorando?
- Qual é o método usado para medir em números a melhoria do seu negócio?
- Quais são as evidências e como elas são detectadas?
- Qual demanda do mercado é mais relevante para seu negócio?
- Como sua empresa atenderá os clientes de maneira marcante?
- Como os diferenciais da empresa sustentarão a distinção da concorrência?
Entender do seu negócio em números torna a informação mais confiável para tomar decisões, além de garantir uma constante verificação de evidências indicativas da melhoria empresarial. Afinal, como é possível sabermos se estamos melhorando, se não existirem meios concretos para verificar a evolução?
O ano de 2017 será um divisor de águas para a realidade de um futuro bem próximo. Empresas que investem no desenvolvimento da cultura organizacional e na relação com colaboradores e clientes, abordando problemas diante do contexto, conhecimento, empatia e criatividade, estarão muito à frente de outras.
Por apresentarem maior flexibilidade e adaptação, seus diferenciais serão mantidos por mais tempo, e, quando absorvidos pela concorrência, terão maiores chances de sucesso em reinventar sua realidade e seu sucesso.