As organizações devem ser construídas para durar muito mais do que os seres humanos.
A expectativa de vida brasileira, em 2017, era de 76 anos, representando um aumento de mais de 30 anos em relação à 1940, graças à tecnologia e à diversas melhorias resultantes da nossa época.
Desde Roma Antiga existem formas de organização como a Arcam Communem Habere (tradução: Uma Caixa Comum) que funcionava como uma corporação, não se confundindo com seus membros. Na Idade Média, como não havia autoridade estatal, foram criadas inúmeras formas associativas, denominadas Persona Ficta (tradução: Pessoa Fictícia). Mas nenhuma dessas épocas trazem critérios confiáveis para uma comparação relevante com as organizações de hoje, pois não há como comparar tipos e volumes de atividades tão diferentes. Nos séculos XVI ao XVIII, não houve progresso palpável e padronizado das organizações.
Foram os comerciantes do século XIX e XX, pelas suas experiências concretas, de erro e acerto, é que passou-se a generalizar os costumes comerciais em uma lei, forjando as primeiras regras das organizações. Desde então, houve um acelerado desenvolvimento das organizações, mas o mesmo não pode ser dito quanto suas taxas de sobrevivência. O IBGE constatou que, no Brasil, 5 anos após serem criadas, pouco mais de 60% das organizações fecham suas portas. De um total de 733 mil organizações criadas em 2010, 277 mil sobreviveram até 2015.
O mesmo movimento tecnológico que aumenta nossa expectativa de vida, tem tido um efeito inverso em relação às organizações, pois como rápidas mudanças exigem rápidas transformações e a consistência das organizações são insuficientes para atender à rápida adaptação exigida pela tecnologia, a chance de fracassarem é grande.
CONSISTÊNCIA: substantivo feminino que indica a característica de um corpo sobre sua homogeneidade, coerência, firmeza, compacidade e resistência de seus elementos constitutivos.
Atualmente, a essência da consistência das organizações está no seu grau de adaptação, pois os antigos modelos de gestão carecem da celeridade necessária para responder às adaptações tecnológicas de hoje. A revolução tecnológica tem trazido mudanças cada vez mais agudas, sendo necessário fixar critérios que possam medir a consistência das organizações. Optamos usar o modelo evolutivo KMM de David J. Anderson e Teodora Bozheva, com algumas adaptações para um melhor relacionamento à vivência do contexto brasileiro.
O BPM (Business Process Management), é uma prática de gestão, com emprego de ferramentas que ajudam no gerenciamento e melhoraria continua do fluxo de trabalho com aumento da agilidade e desempenho operacional. Na MGP usamos princípios que orientam o gerenciamento de quadros visuais e não práticas específicas ou papeis pré-estabelecidos. A forma visual ajuda a assimilar e controlar o progresso das atividades a serem realizadas.
Normalmente, utilizamos uma parede ou um quadro branco com papeis colados (cartões), que representam as tarefas. Ao término de cada etapa, o cartão é puxado para a próxima até que seja concluído. Assim, torna-se muito fácil verificar o fluxo de trabalho das pessoas e das equipes, melhorando a comunicação interna. Isso significa descobrir e conhecer informações sobre os processos internos, estabelecendo claramente o fluxo de trabalho das atividades de uma organização ou grupo de pessoas.
A agilidade na organização ou no grupo é obtida quando passamos a manter um equilíbrio no fluxo das atividades envolvendo as atividades recebidas na demanda e as atividades entregues após a execução do trabalho. Não é desejável receber mais tarefas do que podemos suportar ou isso aumentará a incerteza sobre a qualidade e a previsibilidade na entrega das atividades.
Para entendermos o fluxo de trabalho, criamos esse quadro visual para distribuir atividades, tornando-as visíveis na verificação de seu funcionamento, suas relações e correlações com outras atividades, o quanto a equipe pode suportar de trabalho em determinado tempo, a existência de “gargalos” e a qualidade da entrega.
Isso representa um aumento na previsibilidade da entrega, além de estabelecer um ritmo do trabalho mais adequado para a experiência da equipe. O quadro é uma ferramenta de controle das atividades dentro de um fluxo de trabalho estabelecido por uma equipe de pessoas. Tornar visual o fluxo de trabalho é descobrir informações invisíveis sobre os processos internos, gerando maior integração da força de trabalho da equipe e maior conhecimento sobre a distribuição das atividades.
Com o quadro visual, a burocracia é virtualmente eliminada com a adoção de controle de cronograma, limitação das atividades em andamento, direcionamento transparente sobre a melhoria do processo com equipes auto organizáveis e divisão das atividades em partes.
Com isso, a cultura organizacional se desenvolve diante do alinhamento prático dos processos, orientados por objetivos relacionados à estratégia, estrutura usada, tecnologia, conhecimento, competência e desempenho dos processos.
A consistência de uma organização pode ser medida em 7 níveis (do 0 ao 6). Clique nos links abaixo para conhecer os níveis de consistência.
CONSISTÊNCIA BÁSICA – NÍVEL 0 (ZERO)
CONSISTÊNCIA EVOLUTIVA – NÍVEL 1 (UM)
CONSISTÊNCIA INAUGURAL – NÍVEL 2 (DOIS)
CONSISTÊNCIA CONTÍNUA – NÍVEL 3 (TRÊS)
CONSISTÊNCIA FINANCEIRA – NÍVEL 4 (QUATRO)
CONSISTÊNCIA ROBUSTA – NÍVEL 5 (CINCO)
CONSISTÊNCIA ADAPTATIVA – NÍVEL 6 (SEIS)