Recentemente, tive a oportunidade de participar de mais um excelente programa da Fundação Estudar, desta vez, voltado exclusivamente à área educacional. Minhas pesquisas e empenho em entender a educação no país, suas raízes históricas e problemas recentes, me levaram a participar do Programa ‘Imersão Educação’.
O programa era o complemento necessário para que pudesse trabalhar nesse breve estudo sobre a Educação. Pretendo abordar pontos que acredito sejam de grande importância.
Apesar de diversas abordagens sobre a educação, o artigo não exaure questões sobre o tema, mas espero servir como norte para pesquisas e projetos futuros.
Contudo, antes de inciar o estudo, acredito ser necessário apresentar alguns dados concretos sobre a educação, para nos situar quanto ao quadro crítico da educação no Brasil:
- No 5º Ano do Ensino Básico, apenas 40% dos alunos sabem o mínimo suficiente de Língua Portuguesa, e apenas 35% de matemática. Se os valores apresentados já não são alarmantes o suficientes, no 9º Ano do Ensino Básico, a porcentagem cai significativamente, chegando a desesperadores 23% em Língua Portuguesa e, infelizmente, 11% em matemática. (Dados extraídos da ‘Prova Brasil 2013’, via plataforma online Qedu.org.br)
- Apenas 29,5% das escolas no país estão dentro das metas educacionais. 33,3% precisam de atenção exclusiva e 15,7% estão em situação crítica. (Dados extraídos do índice ‘Ideb 2015’, via plataforma online Qedu.org.br)
- Apenas 47% das escolas têm acesso à rede pública de esgoto. 29% não possuem acesso à rede pública de água. (Dados extraídos do ‘Censo Escolar 2015’, via plataforma online Qedu.org.br)
- Apenas 36% das escolas públicas (estaduais e municipais) possuem biblioteca, 44% possuem laboratório de informática. Esse número aumenta um pouco quando lidamos com acesso à internet: 65% das escolas têm acesso à internet, mas apenas 54% com acesso à banda larga. (Dados extraídos do ‘Censo Escolar 2015’, via plataforma online Qedu.org.br)
Existem diversos projetos sendo realizados, com o objetivo de melhorar a experiência e a qualidade do ensino, mas a educação evolui a passos lentos ou, simplesmente, se mantém.
O tema requer uma atenção especial, uma vez que a quantidade de estudantes descontentes e desmotivados com o sistema de ensino vêm crescendo significativamente e nossos resultados ainda são medíocres.
Uma boa nota, em prova avaliativa, não quer dizer necessariamente que o sistema é bom, é preciso analisar a participação, o número de alunos que fizeram a prova e o que a prova pretende avaliar objetivamente.
A meta para a educação, segundo o movimento ‘Todos Pela Educação’, é de 70% de aproveitamento em português e matemática até 2022, entretanto, como pudemos observar acima, estamos longe desses resultados e, comparando os resultados dos últimos 6 anos, evoluímos muito pouco.
Imergindo na Educação
Durante três dias, estive em contato com as mais diversas empresas, fundações, escolas e educadores, entre eles a Fundação Estudar, Fundação Lemann, Ensina Brasil, Poliedro, Pearson, entre outros. Foram feitas diversas perguntas e bate-papos com os convidados das organizações mencionadas e assim, decidi expor os principais pontos discutidos, apresentando, de maneira lógica e crítica, as opiniões e dados sobre o setor.
O Ensino em Sala de Aula
Em um primeiro momento, é interessante abordar um pouco sobre a rotina de um profissional da educação, mais especificamente, o professor. A rotina se baseia, essencialmente, em preparação de aulas, estudo de métodos e avaliação dos alunos.
Para cada aula, o professor necessita de sensibilidade e racionalidade para dosar a quantidade de conteúdo e como transmiti-lo aos alunos. São muitas as dificuldades em transmissão do conteúdo, existem alunos com diferentes focos e diferentes modos de aprender.
No artigo ‘Somos péssimo alunos?‘, abordei sobre as dificuldades de adaptação dos alunos ao sistema de ensino, principalmente em relação aos diferentes tipos de perfis e inteligências existentes
Um professor não consegue abordar todo o conteúdo em uma única aula, ao menos não do modo como deseja, é necessário entender a posição do aluno.
Entretanto, existem fatores que impedem o correto acompanhamento dos alunos ou a preparação adequada das aulas. Desde falta de interesse na mudança, por parte dos professores ou gestores da educação, até à política pública, que não é pensada na educação, não existindo planejamento público significativo para melhorias na educação, colocando, assim, os professores em situações dificílimas.
Atualmente, temos um crescente número de estudantes, sem, contudo, haver um aumento adequado de salas de aulas ou escolas. Como resultado, temos salas com dezenas de alunos, algumas atingindo cerca de 100 alunos, para 1 único professor.
Assim, apresentamos o primeiro problema prático a ser enfrentado na sala de aula: a quantidade de alunos.
As chamadas Escolas Democráticas, buscaram desenvolver aquilo que as escolas tradicionais não conseguiram, começando com o número de alunos. Turmas com número bastante reduzido de alunos (de 8 a 15), ajudam o professor a identificar os problemas de aprendizado e ensino e trabalhar, da melhor maneira possível, no conteúdo que será aplicado.
Outro problema encontrado para aplicar mudanças efetivas nas salas de aula são as demandas do mercado.
As demandas ditam a educação e o mercado “obriga” a escola a manter padrões tradicionalistas. Como expliquei no artigo ‘Somos Péssimos Alunos?, citado acima, as escolas tradicionais são espelhos da revolução industrial e têm sua estrutura baseada na rotina industriária, condicionando os alunos a pensarem como operários fabris.
A resistência do mercado quanto à mudança de métodos é, de certo modo, irracional e incoerente, uma vez que as habilidades necessárias para entrar no mercado de trabalho estão cada vez mais especificas e complexas.
Como exigir novas habilidades e mudanças comportamentais, sendo que o ensino se mantém nos mesmos parâmetros?
Algumas atitudes são necessárias para uma adequação dos alunos. Acompanhamento pedagógico constante, verificação de perfis, incentivo à autonomia, intervalos constantes entre aulas ou aulas alternadas são essenciais para se trabalhar com diferentes inteligentes e contribuir de maneira significativa para o desenvolvimento pessoal.
As Escolas Democráticas, pensando justamente nas exigências do mundo capitalizado, adapta suas atividades a fim de desenvolver habilidades sociais e cognitivo-comportamentais nos alunos, que vêm, cada vez mais, sendo exigidas dos candidatos que desejam ingressar no mercado.
Como aplicar novos métodos na escola tradicional?
Vários profissionais da área, ao serem indagados, concordaram nesse ponto: as mudanças exigem flexibilidade e abertura por parte do educador, não apenas do gestor. É preciso atribuir liberdade ao professor para mudar, em contraponto é necessário disposição dele para entender seus alunos e criar novas abordagens, questionando, sempre, sobre a matéria aplicada e o que seria efetivamente útil para o aluno.
Nesse ponto, abordamos mais um problema: os professores estão sobrecarregados.
Infelizmente, em grande parte das escolas, ainda falta um psicopedagogo ou outro profissional que possa acompanhar tanto alunos quanto professores, restando ao professor ser multitarefa em muitos aspectos.
Segundo dados da ‘Prova Brasil’, cerca de 63% dos professores ganham até R$ 1.907,50, dos quais, 11% (ou cerca de 20 mil professores) ganham até 1 salário mínimo e meio.
Os baixos salários e a falta de assistência, força grande parte dos profissionais a trabalhar em mais de uma instituição, reduzindo significativamente a atenção do professor para as turmas, sem considerar, ainda, a grande quantidade de alunos por sala de aula, como acontece em boa parte das escolas municipais e estaduais.
É difícil exigir do profissional de educação, que ganha mal e trabalha muito, para dedicar-se mais ainda nas aulas, desenvolvendo métodos inovadores e buscando adequação para as turmas. Mudanças, por menores que sejam, exigem apoio da instituição e acompanhamento para o professor, sob risco de sobrecarregar ainda mais o profissional.
Entretanto, algumas mudanças são sugeridas e podem melhorar o desempenho dos alunos e começar a mudar a relação deles com a sala de aula.
Nós seres humanos possuímos uma atenção limitada e cerca de 20 minutos é o tempo máximo em que o cérebro de um aluno consegue manter o foco. Infelizmente, com a limitação no número de professores e a falta de incentivo ao desenvolvimento de aulas diferenciadas, muitas das aulas expositivas acabam passando de 50 minutos, destruindo a atenção do aluno e causando irritação. Uma mudança na postura ou na abordagem, a cada 20 minutos, pode mudar significativamente o desempenho do aluno.
Debates e atividades interativas mudam o ambiente tradicional e colaboram para o ensino, recomendando-se ainda, a criação de questionários ao final de cada aula, de modo a entender a opinião do aluno sobre o tema e entender suas dificuldades no método utilizado para a aula.
Projetos Educacionais
Educação não é escolarização. Educação necessita de adaptação e evolução constantes. Tecnologia e educação devem trabalhar em uníssono e as escolas precisam acompanhar esse movimento.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, sigla em inglês), aborda esse tema:
“… os estudantes precisam ser capazes não apenas de se adaptar constantemente, mas também de aprender e crescer constantemente, de se posicionar e se reposicionar em um mundo que muda rapidamente…”
São necessários anos de tentativa e erro para implementação adequada e eficiente de um projeto de educação, estudo de impacto e, principalmente, sensibilidade nas avaliações para mensurar as mudanças necessárias de acordo com os perfis.
Desenvolvedores de projetos educacionais, com base na tecnologia, durante os testes, seja em regiões precárias ou bem desenvolvidas, notaram que, os alunos nativamente têm facilidade ao lidar com tecnologia, e que as maiores barreiras de implementação de novos projetos vêm da infraestrutura e dos profissionais de ensino que irão lidar com as funcionalidades, não em relação à idade dos professores ou educadores, mas em relação à mentalidade para aplicação de métodos que quebram o modelo secular de ensino.
A infraestrutura é um dos problemas mais sérios para implementação das tecnologias, bem como a formação precária dos profissionais de ensino. Fatores esses que prejudicam a implementação de ideias e pensamento empreendedor
Apesar das dificuldades, o futuro da educação está se moldando e diversas organizações, fundações e empresas empenhadas em inovar, estão motivando as novas gerações a causar impacto efetivo, muitos projetos vêm sendo implementados e trazem esperanças para o sistema educacional.
A metodologia PBL (Project Base Learning) se mostrou promissora em diversas instituições de ensino pelo país (públicas ou privadas), dando início a uma revolução educacional, agora com foco no desenvolvimento socioemocional, representando uma melhoria no aprendizado de, pelo menos, 20%. O objetivo é trabalhar habilidades para a vida.
Segundo o livro ‘Redesenhando a educação’, os maiores desafios dos sistemas educacionais são em adaptar-se a mudanças, ao mesmo tempo que oferecem ferramentas para que possam prosperar em um mundo cada vez mais conectado. Destacam 4 competências do século XXI, que devem ser desenvolvidas durante o ensino:
- resolução de problemas e tomada de decisões;
- criatividade e pensamento crítico;
- colaboração, comunicação e negociação;
- curiosidade intelectual e habilidade de encontrar, selecionar, estruturas e avaliar a informação.
O Secretário Geral da Iniciativa Global da Educação, da ONU, aborda o tema de maneira objetiva:
O mundo enfrenta desafios globais que requerem soluções globais. Tais desafios interconectados exigem mudanças no modo como pensamos e agimos em relação à dignidade de outros seres humanos. Não é suficiente para a educação produzir indivíduos que saibam ler, escrever e contar. A educação deve ter o poder de transformar e dar vida a valores compartilhados. Deve oferecer às pessoas compreensão, habilidades e valores dos quais necessitam para cooperar na resolução dos desafios interconectados do século XXI.
A criação de projetos educacionais e o engajamento dos alunos em habilidades reais é essencial na Era Digital, o sistema de ensino é responsável pelo desenvolvimento dos cidadãos que irão participar, com harmonia e competência, da criação de novas eras de evolução e crescimento.
A falta de diversidade nas escolas
Outro problema encontrado é a dificuldade de intercâmbio cultural entre diferentes alunos e realidades. As escolas públicas selecionam os alunos de acordo com a região onde vivem, limitando a vivência, não havendo diversidade entre diferentes perfis sociais e econômicos.
Do mesmo modo, alunos de escolas privadas não têm contato com outras realidades, limitando-se ao mesmo padrão social e econômico, comumente definido pela instituição em que estudam.
Há uma dificuldade à inclusão. Alunos que possuem dificuldades de adaptação, sejam físicas, emocionais ou mentais, tendem a ser excluídos das fileiras de ensino nas escolas mais tradicionais. O sistema não consegue lidar com os diferentes pensamentos e perfis, forçando estes alunos a recorrerem a instituições alternativas, como, os já citados, colégio democráticos, onde conseguem se adaptar de maneira efetiva, demonstrando, mais uma vez, pontos que necessitam ser corrigidos na educação e que são problemas do sistema e não dos alunos.
Como bem abordado pela Iniciativa Global da Educação, necessitamos que alunos interligados, capazes de interagir em diferentes níveis da sociedade, de maneira igualitária e efetiva. A educação precisa preparar os alunos para compreender o diferente e desenvolver suas habilidades junto a isso, com companheirismo. Numa era onde as distâncias são desconsideradas, não existe espaço para barreiras econômicas e sociais e a diversidade deve fazer parte do itinerário diário das novas gerações.
O Estigma Negativo
A educação, infelizmente, traz uma carga negativa de preconceito. Ainda hoje, a profissão de professor é considerada como sendo exclusiva de mulheres. Não pela facilidade em lidar com pessoas, mas por, durante muito tempo, ter sido considerada uma profissão adequada para as esposas, que deveriam cuidar e ensinar seus filhos, e a profissão de professora lhes ajudaria nessa tarefa, enquanto os homens trabalhavam em “empregos mais sérios”.
Se o preconceito e o conservadorismo sem sentido não bastasse, segundo dados da Pearson, grande parte dos professores são aqueles que eram considerados os piores alunos no Ensino Médio. Obviamente, o conceito de aluno bom ou ruim é bastante relativo, mas aqueles que, segundo o sistema lógico-matemático, eram os melhores e tinham facilidade em obter boas notas, optaram por não seguir nas áreas de educação, mas naquelas que lhe proporcionariam maior conforto, criando uma defasagem muito grande na educação. Graças à desvalorização e ao estigma negativo, faltam profissionais de educação no mercado.
Segundos dados da ‘Prova Brasil’, 80% do total de professores são mulheres. O que em muitos países significaria empoderamento, por ser uma profissão honrada e valorizada, no Brasil predomina o inverso. A profissão, infelizmente, não tem a credibilidade que necessita e reina, ainda, entre os homens, aquele estigma negativo dos tempos mais intolerantes, prejudicando em muito o crescimento da profissão.
A Gestão Escolar
Além dos professores e do sistema metodológico, como um todo, a educação se constrói em gestões e, nesse ponto, abordamos um pouco do papel do Gestor Educacional na evolução do ensino.
O gestor da instituição de ensino é o responsável por incorporação de metodologias e alinhamento com os profissionais de ensino. Necessita ser um profissional com visão e boa comunicação, possuindo um relacionamento estável e amigável com professores, alunos e funcionários.
O preparo de um gestor e sua motivação, fazem total diferença no desenvolvimento da instituição de ensino e influência de maneira generalizada nas mudanças.
Há, inclusive, na rotina dos próprios gestores, certa sobrecarga. São eles os responsáveis por toda a organização da instituição, responsáveis por garantir o bom funcionamento das salas, a pontualidade dos profissionais e, ainda, resolver dúvidas e problemas quanto aos alunos.
A educação é um complexo sistema, que depende da interação entre professores, educadores, gestores e alunos. Professores motivados não bastam quando temos gestores não dedicados à causa, do mesmo modo não bastam gestores inovadores e empenhados quando temos professores resistentes à mudanças e conformados. E os alunos dependem justamente da harmônica interação entre professores, educadores e gestores, para que haja um ambiente de ensino propício e desenvolto.
A Gestão Pública de Ensino
Quando se atua dentro da gestão pública de educação existe uma grande dificuldade: a mudança de governo interrompe os trabalhos. É necessário, novamente, muita flexibilidade. O ambiente é incerto e os trabalhos são bastante exaustivos.
Em contraponto, existem diversas ONGs dedicadas à gestão pública, desenvolvendo e organizando projetos educacionais, cobrando e colaborando com o Estado.
A oferta pública de educação, infelizmente, não supre a demanda. As parcerias pela gestão pública, no cenário atual, são essenciais para manter a educação “respirando”. As intervenções privadas e do terceiro setor são inevitáveis, ao menos no momento atual. Contudo, tais intervenções organizacionais e projecionistas não devem ser utilizadas como desculpas para os Estados deixarem de planejar ou prestar suas obrigações na Educação, mas devem servir como incentivo aos projetos e medidas inovadoras e um “copo de água fresca” a um sistema sedento por mudanças, tudo isso aliado a um Estado disposto a evoluir.
Apesar da fragilidade nas relações entre Estado e Ensino, a preparação e a vigia das relações educacionais ainda deve ser de responsabilidade governamental e há a necessidade do Estado em fazer cumprir os preceitos constitucionais de educação.
Segundo as Fundações que trabalham diretamente com a Gestão Pública de Ensino, as maiores dificuldades quanto à implementação de mudanças educacionais são relacionadas às políticas governamentais. Solucionar posições divergentes sempre é uma grande dificuldade e uma barreira considerável na evolução da educação. No momento em que se deseja consenso, encontram interesses pessoais e diversos dos públicos.
Os diferentes Sistemas de Ensino
Muito se questiona sobre a utilização de metodologias estrangeiras, como, por exemplo, as utilizadas na Finlândia, Polônia, EUA ou Coréia do Sul. Entretanto, a cultura, economia, sociedade e mesmo as hierarquias de ensino são diferentes em cada um deles, criando um gigantesco abismo entre um sistema educacional e outro.
Nos Estado Unidos a educação é fragmentada, utilizando-se de Distritos Escolares para organizar a ensino, os quais são geridos por pessoas físicas, utilizando dos impostos públicos. Na Finlândia a cultura de valorização da educação e do crescimento pessoal com base no ensino são intrínsecos na população. Na Coréia do Norte a falta de ensino ou baixa avaliação são sinônimos de reprovação geral, desonra ou até mesmo punições.
Entre tantas diferenças, verificamos que o Brasil não se encaixa em nenhum desses sistemas, ao menos não nos que são considerados os melhores e mais promissores nos países desenvolvidos. Não possuímos uma cultura de ensino intrínseca ou o sentimento de desonra quanto à precariedade de ensino.
Educação é um sistema completo e complexo, que não comporta a aplicação de “pedaços” ou “fragmentos” de outros sistemas, é necessária a criação ou adequação completa. Seria como o encaixar de figuras de tamanhos iguais mas com formatos diferentes.
Cada país possui sua peculiaridade social e econômica, que moldam a maneira como é realizado o ensino. O Brasil não é uma exceção. Podemos aprender com técnicas específicas de outros países e criar metodologias inspiradas na daqueles, mas o sistema de ensino precisa ser planejado com base nas características nacionais, não sendo possível importar, fragmentos que sejam, de outros sistemas de ensino, sem precisar de uma completa adequação, o que exigiria empenho e dedicação dos gestores educacionais.
Conclusão
Provas, livros ou pressão não funcionam no nosso sistema social, é necessário engajar o aluno em um projeto de vida. As novas demandas do mercado requerem um diálogo aberto e inclusivo, há uma necessidade explícita de mudança na educação.
Um sistema educacional, completo e efetivo, do século XXI não existe em país algum, entretanto, temos muitas opções de como começar a aplicá-lo. O futuro está aqui e os primeiros passos a serem tomados podem ser lentos, mas devem ser constantes e precisam ser aplicados.
Iniciar uma mudança cultural, não necessariamente nos alunos, mas, principalmente, no sistema, é essencial. Reconhecendo assim, um novo cenário na educação e considerando, seriamente, a adequação dos métodos à realidade.
Apesar da responsabilidade do Estado no ensino, a busca por parcerias e inovações de terceiros é, ainda, medida imperativa para iniciar uma mudança real.
Com a existências de diversos programas e projetos com resultados reais e objetivos, podemos mudar o ensino e galgar, mesmo que a passos lentos, uma revolução educacional.
O engajamento jovem na educação é um impulso necessário, causando impactos reais. Quanto mais cidadãos, principalmente jovens, sentirem que a educação é de responsabilidade coletiva, e que podem contribuir efetivamente, maiores e mais rápidas serão as mudanças.
Buscar compreender as políticas educacionais, bem como o sistema, já é um grande passo para a mudança. Acredito eu que, uma vez ciente da realidade, é impossível regredir e o desejo de mudança se torna imperativo e absolutamente necessário. Todos nós somos responsáveis e podemos ser parte da mudança.
Vamos criar juntos um futuro melhor para a educação?